
São Paulo Fashion Week
O universo da moda é movido por temporadas onde, a cada uma delas, mudam-se as tendências e cartelas de cores e esse costume advém das raízes francesas da moda, que através dos desfiles e show rooms eram observados os pontos em maior destaque para uma determinada época e, atualmente, conhecemos esse costume como Semana de Moda (Fashion Week), temporada que ocorre por todo o mundo, mas com ênfase na semana parisiense, uma vez que Paris é até hoje denominada a capital da moda.

Com isso, chegamos em São Paulo, onde dos dias 14 a 21 de outubro, ocorreu a São Paulo Fashion Week N58 (SPFW), marcada pela presença de vários estilistas, como Mayara Jubini, fundadora da Artemisi, Alexandre Herchcovitch, fundador da Herchcovitch;Alexandre, Meninos Rei, fundada por Céu e Júnior Rocha e muitos outros, mas o assunto de hoje é focado no estilista piauiense Weider Silveiro, fundador da maca Weider Silveiro. Fomos assistir ao show de tradicionalidades e festividades explorados por Weider e viemos contar um pouco para vocês.

Fila final – Weider Silveiro
Primeiramente, Weider Silveiro, como dito acima, é um estilista piauiense conhecido por transformar tecidos em obras de arte. Com facilidade, ele une a sofisticação e a contemporaneidade em suas criações, sendo reconhecido internacionalmente. Weider já apresentou coleções munidas de cultura para edições da SPFW, onde explorou temas como as festas nordestinas (SPFW 58), deu uma nova vida a manualidade (SPFW 56) e já entrou em universos como feminismo, pessoas em situação de rua, dificuldades enfrentadas pelos nordestinos e pessoas LGBTQIA+.

Weider Silveiro – Look 11
Diante disso, no dia 16/10, o estilista nordestino deu início a mais um show de moda e, com uma abertura de impacto, é colocado um áudio no qual o mesmo comenta sobre as festividades de sua terra natal vividas em sua infância no Piauí. Cita também as músicas do cancioneiro que embalaram muitas despedidas em suas terras. Dentro desse universo, Weider traduziu, por meio das peças, as fitas retangulares em saias, vestidos e calças durante o desfile, remetendo as tradicionais festas de Pau-de-Fitas e, ademais, ele as coloca em volta do pescoço das modelos, apontando para cima, dando a impressão do bater de um vento.

Weider Silveiro – Look 02
Além disso, a coleção esteve recheada de formatos em balonê, seja em saias ou calças, sendo contrapostas com partes de cima mais leves, como uma segunda pele ou regata vazada de renda tipo bilro, confeccionadas por rendeiras do Ceará. As peças casuais também ganham destaque quando entram em cena. O jeans como alfaiataria em diferentes lavagens, a camisaria com punhos largos e, no final, vestidos e conjuntos em xadrez, lembrando o clássico mês de junho, o qual se comemora a festa de São João, confeccionados através da técnica de cestaria. A cartela de cores foi um show à parte, uma vez que os tons predominantes foram o vermelho bordô, azul petróleo, amarelo manteiga, bronze e a estampa xadrez.

Weider Silveiro – Look 29
Por fim, para adentrar de fato nesse mundo envolto de cultura, a produção do desfile nos ambientou com uma trilha sonora única, carregada de versões regionais de hits internacionais, bandas como Calcinha Preta e Luiz Gonzaga foram nomes que também apareceram durante o caminhar das modelos. Contudo, é notório a grande referência nordestina que Weider carrega em seus desfiles e como ele transmite sua identidade contemporânea nas passarelas, sem se perder no tema central proposto para sua coleção.











